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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

82º Lugar - VOLVER (Volver) Espanha, 2006



OS 100 MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS!!

82º Lugar - VOLVER (Volver) Espanha, 2006 – Direção Pedro Almodóvar – elenco: Penélope Cruz, Lola Duenas, Chus Lampreave, Carmen Maura, Antonio de La Torre, Yohana Cobo, Blanca Portillo – 121 minutos.

Nos últimos anos Almodóvar tem vindo a ultrapassar o estatuto de culto para alcançar o grande público. TUDO SOBRE MINHA MÃE começou por pavimentar o decurso de uma nova era, um dos filmes mais aplaudidos de 1999, num ano em que a arte do cinema atingiu um dos maiores picos de qualidade e quantidade dos últimos tempos. Logo em seguida um dos seus mais ousados e arrebatadores filme, FALE COM ELA, uniu o consenso. MÁ EDUCAÇÃO com sua temática doentia e impiedosa, também é uma das grandes obras do cineasta. VOLVER é mais um empolgante triunfo de Pedro Almodóvar, uma comédia de costumes e tradição com uma sensibilidade tão própria que era impossível de ser replicada por qualquer outro cineasta. Nenhum outro é capaz de dar este grau de realismo mundano e ao mesmo tempo de encantamento às suas personagens e à forma como as escreve e acima de tudo como elas interagem, em autênticas odes às relações familiares nas suas mais particulares e reconfortantes nuances. No entanto e tal como muito da filmografia do diretor há que não apressar uma rotulação e este é um exemplo flagrante. A comédia é muitas vezes disfarçada com apontamentos de verdadeiro e inesperado suspense à medida que é desenvolvida uma linha narrativa surpreendente de forma quase de puro thriller clássico, ao mesmo tempo que é capaz de celebrar a mais tocante e arrebatadora veia dramática, tudo isto acompanhado por correspondentes e hipnotizantes variações musicais do colaborador de longa data, Alberto Iglésias.



Há algo de estranhamente familiar em todas as mulheres - o único homem presente rapidamente “desaparece” de cena - como se as conhecêssemos desde a infância. Poderiam ser membros de uma qualquer família complicada, disfuncional (como toda a “boa” família), mas que nutre um amor capaz de ultrapassar quaisquer barreiras e desacatos. Apesar da perfeição do argumento, o elenco é essencial na criação desta ambiência tão própria. O rol de atrizes é tão díspar quanto original, talvez por isso e pela primeira vez no Festival de Cannes o prêmio para melhor interpretação feminina tenha ido para todas elas, da muito presente Carmen Maura num papel cheio de vida, Lola Dueñas de um timing cômico impagável e Blanca Portillo numa delirante dualidade urbano-campestre. Mas é Penélope Cruz a verdadeira força motriz de VOLVER. No entanto a Penélope Cruz que vemos com desinibido encanto neste Almodóvar é uma atriz capaz de nos arrebatar com o espírito fervoroso da sua interpretação, contida e extravagante ao mesmo tempo, desempenhando em Raimunda um delicioso e magistral papel que parece ser ele próprio a pura essência da alma feminina. E é a autenticidade deste seu retrato que a fez merecedora de uma indicação ao Oscar de melhor atriz do ano, em 2007. Almodóvar, através de Penélope Cruz, respectivo elenco e dele mesmo, entrega ao público mais um trabalho de amor incondicional ao seu cinema, amor esse que será espelhado em todos aqueles que abraçarem VOLVER.

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