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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

67º Lugar - FOME (Sult) Dinamarca, Noruega, Suécia - 1966



OS 100 MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS!!

67º Lugar - FOME (Sult / Hunger) Dinamarca/Noruega/Suécia, 1966 – Direção Henning Carlsen – elenco: Per Oscarsson, Gunnel Lindblom, Birgitte Federspiel, Knud Rex, Hans W. Petersen, Henki Kolstad, Roy Bjornnstad, Sverre Hansen – 118 minutos.

Uma das maiores obras-primas da literatura mundial do século XIX, o romance FOME, do norueguês Knut Hansum, ganhador do Prêmio Nobel de 1920, recebeu igualmente uma maravilhosa adaptação cinematográfica. Em 1966, o dinamarquês Henning Carlsen conseguiu reunir dinheiro e talentos do seu país, da Suécia e da Noruega para transpor para o cinema uma das histórias mais tocantes sobre o orgulho e o destino de um homem. Interpretado com brilhantismo por Per Oscarsson (uma das mais belas performances de toda a história do cinema), que ganhou o prêmio de melhor ator em Cannes, o personagem Pontus é um jovem escritor que tenta sobreviver do ofício na gélida cidade da Christiania (atual Oslo), mas cuja vida é das mais difíceis porque não consegue dinheiro para comer. Sem eira nem beira, mas com lápis e caderno em punho, sacrifica tudo ao desejo de finalmente encontrar condições de escrever o livro que alardeia para os conhecidos que topa ao acaso.



Cada encontro, porém, aprofunda o abismo que separa sua ambição de sua indigência: a tentação de ceder às migalhas que lhe são oferecidas é vencida pela vergonha, por uma altivez monomaníaca que faz com que ele finja o tempo todo. Após ser despejado, pede a um lojista que embrulhe seu cobertor, dizendo que ali estão protegidos dois valiosos vasos que recebeu como herança: é um dos indícios de sua demência progressiva, conduzida pela belíssima fotografia em preto e branco (que realça a desolada Oslo) e pela atuação magistral e extraordinária de Per Oscarsson. Literalmente, ele passa fome e alucina na luta para manter a dignidade e o orgulho. Essa obsessão de sobreviver pela escrita confere uma estranha beleza ao filme: o esgar de fome de Pontus é a máscara do artista que usa o próprio fracasso para nutrir seus fantasmas, ao preço da lucidez. Um filme raríssimo, belo e extraordinário!!

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