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domingo, 2 de outubro de 2011

70º Lugar - ROCCO E SEUS IRMÃOS (Rocco e i Suoi Fratelli) Itália / França, 1960



OS 100 MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS!!

70º Lugar - ROCCO E SEUS IRMÃOS (Rocco E I Suoi Fratelli) Itália/França, 1960 – Direção Luchino Visconti – elenco: Alain Delon, Annie Girardot, Katina Paxinou, Renato Salvatori, Claudia Cardinalle, Nino Castelnuovo, Paolo Stoppa, Max Cartier, Spiros Focas, Rocco Vidolazzi – 177 minutos.

É difícil descrever o impacto desse belísimo filme de Visconti, que não envelheceu. Permanece entre as suas melhores realizações. É mais uma pérola do neo-realismo italiano! Todo o elenco é perfeito e uniformemente excepcional. Mas é o quarteto central que envolve o espectador: Alain Delon, belíssimo, faz o boxeador tão santo que sacrifica a própria felicidade na vã esperança de manter a família unida; Renato Salvatori, o irmão mais velho, bruto e irresponsável, arruinado pela ganância e pelo ciúme obsessivo; Annie Girardot, é a garota sexy e emocionalmente complexa que se coloca entre os dois, numa atuação memorável como a prostituta Nadia e Katina Paxinou, brilha como a “mãe coragem” tentando manter unida sua família, enquanto a cidade e o progresso anseiam destruir sua prole. Há que se destacar, ainda, a bela Claudia Cardinale, com apenas 22 anos interpretando a noiva de Vincenzo Parondi. A fotografia de Giuseppe Rotunno e a música de Nino Rota emolduram este clássico imperdível.



Com ROCCO E SEUS IRMÃOS, Visconti se volta ao enfoque do cotidiano das camadas mais baixas da população na Itália contemporânea. Entretanto, se no neo-realismo mostra-se o país no imediato pós-guerra, destruído e miserável, agora o cineasta o apresenta no passo seguinte, ou seja, na reconstrução, catapultada pelos recursos financeiros americanos oriundos do Plano Marshall e marcada pelo impacto do acelerado desenvolvimento capitalista nas relações sociais. No pós-neo-realismo sugerido por Visconti, verifica-se o choque dos novos valores herdados da modernização econômica com os tradicionais, arraigados culturalmente há séculos, o qual precipita a desestruturação da célula em que se edifica a identidade nacional: a família.



Visconti mostra também que não é apenas um excelente diretor de elenco. Com a sua câmera ele confere à obra toda a sensibilidade da qual a mesma necessita para funcionar corretamente bem, principalmente quando realiza um close nos rostos de seus atores e expressa todos os sentimentos destes. E é incrível notarmos como o mesmo consegue realizar de forma tão natural uma rápida transição emotiva entre os seus personagens, alternando magistralmente entre alegria e tristeza, celebração e tragédia, tudo em uma única cena (refiro-me aqui à sequência em que a família comemora uma importante vitória de Rocco e, poucos minutos depois, tal solenidade se transforma em tragédia, graças à inesperada aparição de Simone). Essa obra-prima belíssima faz ressurgir a crítica social, com a dolorida história de uma família de migrantes do sul da Itália que conhece a violência e a desagregação ao procurar uma vida melhor no norte rico e industrializado do país. Indiscutivelmente, é um daqueles filmes que trespassam a alma do ser humano e tocam profundo os corações. Imortal e eterno!!

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