Content on this page requires a newer version of Adobe Flash Player.

Get Adobe Flash player

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

69º Lugar - PERDIDOS NA NOITE (Midnight Cowboy) EUA, 1969



OS 100 MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS!!

69º Lugar - PERDIDOS NA NOITE (Midnight Cowboy) EUA, 1969 – Direção John Schlesinger – elenco: Jon Voight, Dustin Hoffman, Sylvia Miles, Brenda Vaccaro, John McGiver, Barnard Hughes – 113 minutos.

Este é um dos mais belos e premiados filmes da história do Cinema a tratar da figura do cowboy no imaginário do espectador, mas não é um western. Tampouco sequer há um cowboy de verdade no enredo. Grande ganhador do Oscar 1970 - Melhor Filme, Melhor Diretor (John Schlesinger), Melhor Roteiro Adaptado -, PERDIDOS NA NOITE conta a saga de Joe Buck (Jon Voight, em uma atuação espetacular e soberba - indicado ao Oscar para Melhor Ator), um jovem ingênuo e sonhador do interior do Texas que abandona um emprego em uma lanchonete para, vestindo um traje de cowboy, tentar ganhar a vida em Nova York como garoto de programa. Sumariamente, é o conto do jovem iludido que parte de sua terra natal em busca da cidade grande e das oportunidades. Personificando a imagem idealizada que aprendeu vendo filmes com John Wayne, chegando lá evidentemente as coisas não acontecem como o planejado, a dura realidade vai de encontro ao protagonista, e lembranças e traumas mal resolvidos no passado vêm à tona demonstrando toda a fragilidade de Joe, um “cowboy” perdido na selva de pedra. Completamente mal-adaptado à sociedade, irá encontrar a redenção na única relação pessoal genuína que pode realizar, esta na amizade com o marginal sem-teto Ratso (Dustin Hoffman, também indicado ao Oscar para melhor ator).



O filme é apresentado por meio de uma abordagem de forma poética, e de maneira alguma de modo panfletário ou moralista é tratada a questão da identificação e da projeção que o público estabelece ao entrar em contato com as grandes histórias e heróis do cinema. Este é o único filme classificado como “X” (proibido a menores de 17 anos) a ganhar o Oscar de Melhor Filme. Posteriormente sua classificação foi alterada para “R” (permitido a menores de 17 anos acompanhados dos pais). As atuações de Jon Voight e Dustin Hoffman, absolutamente inesquecíveis, freqüentemente são apontadas como o grande ponto alto de suas carreiras. Tão marcantes e inesquecíveis que fazem deste filme um dos mais lembrados e parodiados não só no cinema, mas da cultura pop em geral. A canção tema “Everybody’s Talkin”, interpretada brilhantemente por Harry Nilsson foi um sucesso estrondoso, que marcou toda uma geração.

Enfim, PERDIDOS NA NOITE é um belíssimo filme sobre o existencialismo. Através de um personagem que incorpora a própria inocência (maquiada pelo espírito rude do homem viril e interiorano), percebemos o quão podem ser frágeis os bons sentimentos. Virado do avesso na cidade grande, Buck acaba descobrindo muito mais de si mesmo – e claro, um lado sombrio até então inativo. É o reflexo imediato de uma América modificada pela modernidade, o retrato vivo de um tempo em que a contracultura abalava o tradicionalismo.



PERDIDOS NA NOITE ainda conseguiu a façanha de ser um dos grandes precursores de todo o “American Art Film” que viria nos anos 1970 nos EUA com diretores como Peter Bogdanovich, Francis F. Coppola, Martin Scorsese entre outros, que em uma carga mais autoral, realizariam produções de temática mais crua e pesada, tratando de temas urbanos urgentes, como drogas e prostituição. Em 1969, surpreendentemente a academia premiava este filme que exibia uso explícito de drogas, prostituição masculina, homossexualismo e sexo oral, promovendo uma quebra de tabus sem precedentes na indústria americana. O filme era um reflexo do seu tempo, das transformações dos valores sociais que tomaram forma a partir daquela década. Abordando temas difíceis para a época como homossexualismo e prostituição, com a história de Joe Buck, que acreditava que mulheres ricas estavam ansiosas para pagar um homem como ele para fazer sexo, o êxito comercial do filme mostrou que o público estava pronto para abraçar a sua maturidade e o realismo sincero. É um dos mais belos filmes produzidos na época da Contracultura. Imperdível e extraordinário!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário