Content on this page requires a newer version of Adobe Flash Player.

Get Adobe Flash player

domingo, 30 de outubro de 2016

O QUARTO DE JACK (Room) Irlanda / Canadá / Inglaterra / EUA, 2015 – Direção Lenny Abrahamson – elenco: Brie Larson, Jacob Tremblay, Sean Bridgers, Joan Allen, William H. Macy, Justin Mader, Wendy Crewson, Sandy McMaster, Matt Gordon, Zarrin Darnell-Martin, Joe Pingue – 118 minutos 

UM DOS MELHORES FILMES DO ANO!!!!

Uma verdadeira aula de como o amor familiar pode vencer as barreiras mais difíceis que a vida coloca em nossa direção. Com essa frase pode-se definir a grandeza de “O Quarto de Jack”, um dos filmes mais emblemáticos e contundentes dos últimos dez anos. Com impressionante interpretação dos protagonistas – a esplêndida dupla Brie Larson e Jacob Tremblay – é uma experiência única e impactante. Possui uma carga forte com uma mistura ímpar de sentimentos, como a raiva, o medo, a dor e a angústia, surpreendendo como a co-produção independente do mais alto nível do moderno cinema irlandês / canadense / inglês e  norte-americano. A primeira parte do filme possui um contexto brilhante sobre a vida cotidiana dos personagens, que deve servir como exemplo nas escolas de cinema, especialmente as que voltam seus cursos para o campo independente de baixo custo.


Este poderoso drama baseado no excelente livro “Room”, escrito por Emma Donoghue, discorre sobre a história de Jack (Jacob Tremblay), um menino que acaba de completar 05 anos e mora com a mãe em um quarto de 10 metros quadrados. A rotina dele é ver televisão, ler e sonhar. Conforme a curiosidade, sobre o mundo fora do quarto, a vida da criança começa a ficar mais tensa, a mãe chamada de Ma, depois de Joy, embarca em uma jornada de explicações sobre a situação que vivem e o que realmente existe fora daquele quarto. Até que um dia, mãe e filho bolam um plano de fuga para conseguir sair do lugar onde vivem. A experiência e imersão completa do filme está justamente na tensão proporcionada, a partir daí grandes surpresas e momentos de muita tensão explodem. O cineasta Lenny Abrahamson consegue criar dois momentos que se correspondem a partir de divergências. Um universo de possibilidades foi criado na convivência solitária no “quarto”, enquanto o “mundo lá fora” sufoca, gera grandes proporções a explosões emocionais que surgem com o trauma e a dificuldade de readaptação. O tipo de crime abordado na história infelizmente tem aumentado muito o número de casos nos EUA. 


O filme se inicia de forma incrível e magnífica, com uma fotografia que deixa o quarto grande para mostrar que para o menino, aquele é o tamanho do seu mundo. O diretor decide se apegar aos detalhes do cotidiano dos dois, e constrói a história de forma inquietante fazendo com que realmente o espectador se importe pelos personagens. A sutileza em como o minúsculo cenário do quarto é explorado, bem como os personagens que ele habita, já sugere o que é preciso saber sem que isso precise ser claramente verbalizado. Entre tantos méritos, merece destacar o brilhantismo das interpretações dos atores centrais. O pequeno Jacob Tremblay é quem realmente move “O Quarto de Jack”. Ele vira gente grande, domina com uma força descomunal as consequências, e com uma atuação impressionante.  A sua vulnerabilidade, a princípio preservada com o colo materno, os óculos escuros e as máscaras, aos poucos dá lugar para aquela curiosidade de quem está assimilando novos códigos e as novas figuras que o rondarão. Brie Larson, que faz o papel da mãe, em uma incrível interpretação,  vencedora do Oscar 2016, na categoria de Melhor Atriz do ano, alterna bem entre a maturidade que sua personagem ganha com a péssima experiência e a dor dos anos perdidos. Saindo muito bem em suas “grandes cenas”, onde grita e chora de maneira muito convincente, a atriz surpreende principalmente nas “pequenas cenas”, como trocas de olhares para Jack, afeições de carinhos maternais e principalmente em um momento que ela responde a uma pergunta com “mas ele tinha a mim”, mostrando com apenas um olhar como o seu filho passou a ser a maior razão de sua sobrevivência. O QUARTO DE JACK é um filme soberbo e grandioso em sua temática, com um perfeito toque da história e dois protagonistas que se completam. Foi indicado ao Oscar 2016, na categoria Melhor Filme do Ano e perdeu injustamente para “Spotlight – Segredos Revelados”. Foi vencedor do Festival de Toronto 2015. Obrigatório, belo e absolutamente extraordinário, é o melhor filme do ano!!!!


Nenhum comentário:

Postar um comentário