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quinta-feira, 7 de setembro de 2017

FANNY E ALEXANDER (Fanny och Alexander) Suécia, 1982 – Direção Ingmar Bergman – elenco: Bertil Guve (Alexander), Pernilla Allwin (Fanny), Ewa Fröling (Emilie), Lena Olin (Rosa), Kristina Adolphson (Siri), Allan Edwall (Oscar Ekdahl), Maria Granlund (Petra), Eva von Hanno (Berta), Pernilla August (Maj), Börje Ahlstedt (Carl Ekdahl), Kristian Almgreen (Putte), Siv Ericks (Alida), Majlis Granlund (Srta. Vega),  Sonya Hedenbratt (Tia Emma), Gunn Wällgren (Helena Ekdahl), Jan Malmsjö (Bispo Vergerus), Jarl Kulle (Gustav Ekdahl) – 178 minutos.

DE INDISCUTÍVEL BELEZA, UM ELENCO IMPECÁVEL E UM ROTEIRO EXTRAORDINÁRIO, ESTE EXCELENTE FILME É A QUINTESSÊNCIA DE BERGMAN E ALGO DIFERENTE DE TUDO O QUE ELE JÁ FEZ.  


Um dos maiores nomes do cinema mundial, o diretor Ingmar Bergman realiza, aqui, uma obra-prima e um dos seus trabalhos mais acabados, ao refletir com delicadeza e perfeccionismo, sobre os terrores e os prazeres da infância. O tom autobiográfico é  flagrante no filme: o garoto Alexander é sem dúvida um alter-ego de Bergman, vivendo entre o puritanismo hipócrita (representado pelo bispo Vergerus) e os prazeres mundanos que o garoto encontrou nas fartas refeições, no bom humor e na liberação da casa da avó. O pai do diretor era pastor luterano, tendo várias vezes castigado-o severamente na infância. Com grande sensibilidade para descobrir e dirigir talentos femininos, Bergman descobre uma nova musa: Ewa Fröling, que vive a mãe de Fanny e Alexander, tão bela e fascinante como as estrelas anteriores do diretor: Harriet Andersson, Bibi Andersson, Kabi Laretei e Liv Ullmann. Realizada com capital sueco, francês e alemão, a produção utilizou cerca de 140 atores e mil figurantes, com o cineasta planejando tudo minuciosamente como é do seu estilo, inclusive a reconstituição de uma mansão burguesa do início do século XX. Vários temas e obsessões já presentes nos filmes anteriores de Bergman se entrecruzam com grande magia e humor: a angústia da morte, a neurose familiar, o amor pela arte (em especial pelo teatro), o horror pelo fanatismo religioso e a celebração da sensualidade. 


É um dos filmes mais belos da década de 1980. Tudo gira em torno de uma cidade sueca, no começo do Século XX, dominada por sua Catedral. Um rio de curso caudaloso com suas ondas sombrias que corta a cidade. Lá está o tradicional Teatro, a secular Universidade e um bispado poderoso. As únicas mudanças são aquelas que resultam do ritmo invariável das Estações. A vida é próspera, mas sem escândalos, a segurança não tem falhas, e a felicidade é sensível a todos. Nesse cenário vamos conhecer os membros da família Ekdahl e seus empregados durante as faustosas celebrações do Natal. Há também o Mosteiro do Bispo, velho e úmido, que exprime a abnegação puritana de seus ocupantes, exatamente o oposto da casa dos Ekdahl. O garoto Alexander e sua irmã Fanny são membros dessa poderosa família de burgueses suecos no início do Século XX, criado em meio ao rígido puritanismo luterano do padrasto – o bispo Vergerus. Alexander descobre um mundo mágico e surpreendente na casa da avó, uma atriz abastada e sem preconceitos. De indiscutível beleza, um elenco impecável e um roteiro extraordinário, este excelente filme é a quintessência de Bergman e algo diferente de tudo o que ele já fez. 


É uma grande crônica familiar, sombria, generosa e bela, que aborda muitos dos temas já explorados em filmes anteriores, ao mesmo tempo que introduz algo que, em Bergman, pode passar como sendo serenidade. A obra se movimenta entre os mundos da realidade e da imaginação com a facilidade característica da grande ficção, enquanto conta a história de uma família maravilhosa, mas mergulhada num mundo sombrio e de severos preconceitos. Apesar da maior parte do filme ser vista através dos olhos de Alexandre, tudo em FANNY E ALEXANDER tem a qualidade de algo lembrado à distância – eventos lembrados ou como foram vivenciados, ou como se imagina que eles  tenham acontecido. Desta forma, Ingmar Bergman, consegue misturar fatos e fantasias de forma que jamais negam o que nós, no público, julgamos ser verdade. Foi indicado a 06 Oscar, incluindo Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original, ganhando nessas quatro categorias: Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Fotografia, Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte. Sem dúvida alguma, é um marco na história do cinema, um espetáculo soberbo e magnífico e mais um triunfo fabuloso na carreira de um dos maiores diretores de toda a história do cinema. Imperdível, magnífico, arrebatador e obrigatório!!!!  


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