Content on this page requires a newer version of Adobe Flash Player.

Get Adobe Flash player

domingo, 1 de outubro de 2017

A JOVEM RAINHA (The Girl King) Finlândia / Suécia / Alemanha / Canadá /França, 2015 – Direção Mika Kaurismäki – elenco: Malin Buska, Sarah Gadon, Michael Nyqvist, François Arnaud, Patrick Bauchau, Martina Gedeck, Jannis Niewöhner, Lucas Bryant, Laura Birn, Hippolyte Girardot, Peter Lohmeyer, Ville Virtanen – 106 minutos

  SUA CORAGEM TROUXE PAZ À EUROPA, SUAS IDEIAS MUDARAM O MUNDO 


Contando a história real da determinada e polêmica Rainha da Suécia, no Século XVII, Cristina I, o diretor finlandês Mika Kaurismäki traz para as telas do cinema mundial uma recriação desse impactante momento da história universal focando não só na personalidade extremamente forte da protagonista mas também dando boa ênfase a direcionamentos religiosos que contornaram vários reinos nos séculos passados e sua curiosa amizade com pensadores da época como René Descartes. Protagonizado pela ótima atriz sueca Malin Buska e com os ótimos coadjuvantes Sarah Gadon e Michael Nyqvist, o filme se caracteriza também por ser uma boa aula de história vista no cinema, mesmo sendo apenas um recorte de um tempo cheio de conflitos de pensamentos.


Personalidade histórica tão controversa quanto fascinante, a Rainha Cristina da Suécia já foi retratada nas telas em diversas oportunidades, entre elas por Liv Ullmann em “A ABDICAÇÃO DE UMA RAINHA” (1974) e, na mais notória de suas encarnações, por Greta Garbo em “RAINHA CRISTINA” (1933). As razões do interesse pela personagem são facilmente compreensíveis, pois em seu curto reinado – que oficialmente durou apenas uma década – a chamada “Menina Rei” se notabilizou por desafiar os preceitos religiosos luteranos vigentes em seu país ao se aproximar do Cristianismo, buscando a paz entre cristãos e protestantes – em meio aos conflitos da Guerra dos Trinta Anos que levaram à morte de seu pai, o Rei Gustavo II – bem como por seu apreço pelo pensamento de filósofos como René Descartes, instigando o desejo de transformar a Suécia no centro cultural e intelectual da Europa no século XVII.

Essa história real do século 17 é mais que atual na abordagem do empoderamento feminino e da homossexualidade. O diretor finlandês Mika Kaurismäki narra a trajetória da Rainha Cristina da Suécia, que foi criada como príncipe e, quando assumiu o trono, se portava como tal – das roupas masculinas à orientação sexual. Cristina, que cresceu sob rígida educação luterana, era inteligente e tinha sede de cultura. Queria transformar Estocolmo em uma Atenas do Norte. Seus esforços pela paz e o fim da Guerra dos Trinta Anos é notável. O filme tem um grande valor histórico, mais até do que cinematográfico, e é um excelente entretenimento.


Uma das figuras mais influentes na política europeia do século XVII, feminista que estava adiante de seu tempo e procurou viver como pensava, Cristina I, tinha suas próprias linhas no ato de pensar. O filme foca nisso principalmente e no conflitante interesse por uma de suas damas de companhia, a Condessa Ebba Sparre (Sarah Gadon), que domina boa parte da trama, sendo intercalada a uma série de intrigas palacianas, como os planos do Chanceler Axel Oxenstierna (Michael Nyqvist) para que a Rainha se case com seu filho, Johan (Lucas Bryant), além das investidas de outros pretendentes, como seu primo Carlos Gustavo (François Arnaud). Talvez a mais polêmica de suas atitudes, sendo filha de um protestante ferrenho, causou um escândalo na comunidade sueca quando abdicou de seu trono convertendo-se ao Catolicismo em meados de 1600, e sua derradeira declaração de liberdade, o filme em seu terço final se desenrola para mostrar esse ato que ficou marcado na história europeia. Uma personagem interessantíssima, sobre a qual pairam algumas lendas. Um filme notavelmente realizado e belo!! Merece ser conferido!! 



Nenhum comentário:

Postar um comentário