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domingo, 26 de novembro de 2017

QUANDO SE TEM 17 ANOS (Quand on a 17 Ans) França, 2016 – Direção André Téchiné – elenco: Corentin Fila, Kacey Mottet Klein, Sandrine Kiberlain, Alexis Loret, Jean Fornerod, Mama Prassinos, Jean Corso – 116 minutos
EM UM MUNDO EM QUE AS PESSOAS CADA VEZ MAIS TÊM DIFICULDADES EM ACEITAR O DIFERENTE, É IMPORTANTE UMA PRODUÇÃO COMO ESTA

Depois do admirável "Rosas Selvagens" (1994), o veterano cineasta francês, André Téchiné (realizador de obras viscerais como “As Testemunhas” – 2007 e “Tempos Que Mudam” – 2004), em sua melhor forma, volta a centrar-se no processo transformador da adolescência, e realiza o filme mais marcante desde então. É um filme silenciosamente político. No quadro do elenco principal, há que se destacar a progenitora de um dos rapazes, uma memorável performance de Sandrine Kiberlain, além, é claro,  das revelações dos dois jovens atores Kacey Mottet Klein e Corentin Fila, em magistrais atuações. Aqui a descoberta da sexualidade e a passagem de idade a certo ponto contrapõem-se com uma "passagem de tempo" global, independentemente da idade - e daí haver uma ironia divinal no título "Quando Se Tem 17 Anos". Existem ainda outros pormenores em jogo: como a fisicalidade inicial entre os dois rapazes em primeiro plano a interagir como a fisicalidade "ausente" da guerra que acontece fora do ecrã, até de fato, percebermos o que se vai passar.

Aclamado  na seleção competitiva do Festival de Berlim 2016, “Quando Se Tem 17 Anos” aborda o drama de se ter dezessete anos, um confuso período de transição à idade da maturidade “oficial”, com seus medos, anseios, descobertas da identidade sexual, ansiedades, desejos, necessidades, obrigações, tanto dos dois lados do “muro” (o do universo da escola e o dos “adultos”). Esses “pós-adolescentes” vivenciam a pressão das aceleradas e hiperbólicas escolhas e decisões. Talvez quando essa idade acontece na nacionalidade francesa seja melhor, devido à pluralidade comportamental-existencial-social.

Muitas descobertas ocorrem quando somos adolescentes. Esta é a fase da vida em que aprendemos muito sobre nós mesmos e, principalmente, sobre os outros. “Quando Se Tem 17 Anos”  fala justamente sobre algumas dessas descobertas e sobre outros temas importantes – e não apenas para adolescentes. Como normalmente acontece com o cinema francês, neste filme temos, mais uma vez, um olhar cuidadoso, atento e muito sincero sobre realidades que nem sempre outros cinemas se preocupam em abordar. Mais um grande filme francês, bastante notável e com um olhar interessante e sensível. É um dos melhores filmes do ano!! 


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